Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias

Uma das reclamações generalizadas de escolas e universidades é de que os alunos não agüentam mais nossa forma de dar aula. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente por horas, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e a vida.

A tecnologia foi inserida nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um lustro de modernidade. As tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos desafios didáticos.

O cinema, o rádio, a televisão trouxeram desafios, novos conteúdos, histórias, linguagens, porém, as mídias sempre foram incorporadas marginalmente. A aula continuou predominantemente oral e escrita, com pinceladas de audiovisual, alguns professores utilizando vídeos, filmes, em geral como ilustração do conteúdo, como complemento. Eles não modificam substancialmente o ensinar e o aprender, e sim mostram uma idéia de novidade, de mudança, mas, se trata apenas de uma maquiagem.

Uma série de novidades foi trazida com o computador, uma forma de fazer mais rápido, mais fácil. Porém, durante anos contínuos sendo utilizado mais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno. As atividades principais ainda estão focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos.

Hoje, com a Internet e a fantástica evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é a escola a organizadora e certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem.

Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa e também o são as competências necessárias. As tecnologias começam a estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, juntos ou separados.

Com a Internet e outras tecnologias surgem novas possibilidades de organização das aulas dentro e fora da escola, mas também traz novos desafios pedagógicos e tecnológicos para os educadores.

Do ponto de vista metodológico o professor precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizar numa síntese coerente (mesmo que momentânea) das informações dentro de uma área de conhecimento. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, novos momentos e formas de compreensão. Para isso o professor precisa questionar, tensionar, provocar o nível da compreensão existente.

Uma outra atividade importante nesse momento é a capacitação para o uso das tecnologias necessárias entre professores e alunos. Conhecer a plataforma virtual, as ferramentas, como se coloca material, como se enviam atividades, como se participa num fórum, num chat, tirar dúvidas técnicas. Esse contato com o laboratório é fundamental porque há alunos pouco familiarizados com essas novas tecnologias e para que todos tenham uma informação comum sobre as ferramentas, sobre como pesquisar e sobre os materiais virtuais do curso.

Tudo isto pressupõe que os professores foram capacitados antes para fazer esse trabalho didático com os alunos no laboratório e nos ambientes virtuais de aprendizagem (o que muitas vezes não acontece).

A Internet favorece a construção colaborativa, o trabalho conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma investigação sobre um problema de atualidade. O importante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula: conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância pela lista, fórum ou chat – pesquisar, comunicar-nos e divulgar as produções dos professores e dos alunos.

A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. Os professores, em qualquer curso presencial, precisam aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e com atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório conectado em rede para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. Estas atividades se ampliam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem conectados à Internet e se complementam com espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais.

Esta postagem teve como referência o texto de José Manuel Moran, Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
Autor do livro: A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
Texto publicado nos anais do 12º Endipe – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, in ROMANOWSKI, Joana Paulin et al (Orgs). Conhecimento local e conhecimento universal: Diversidade, mídias e tecnologias na educação. vol 2, Curitiba, Champagnat, 2004, páginas 245-253 - jmmoran@usp.br

Informática e o processo ensino-aprendizagem

 
 
A educação nos dias atuais está passando por um processo de renovação de espaços, de resignificação de conteúdos e de valores, tendo como ponto de partida todas as mudanças ocorridas na sociedade. Um novo paradigma surge no horizonte da civilização moderna em decorrência do desenvolvimento tecnológico na informação e na comunicação. As sociedades sentem a urgência de desenvolver programas capazes de promover a necessária inserção e participação ativa nesse mundo que, aos poucos, se descortina e traz a possibilidade de múltiplas conexões, em uma velocidade jamais vista. A escola como instituição integrante e atuante dessa sociedade e desencadeadora do saber sistematizado, não pode ficar fora ou a margem deste dinamismo (Kenski,1998).
Fora da escola, professores e alunos, estão permanentemente em contato com tecnologias cada vez mais avançadas, onde a máquina transforma, modifica e até substitui as tarefas humanas. Eles vivem e atuam nesta realidade como cidadãos participantes, mas não “conseguem” introduzir estas “novidades” dentro da escola, pois necessitam cumprir conteúdos programáticos exigidos.
A tecnologia, mais especificamente, o uso do computador, além de renovar o processo ensino-aprendizagem, vai propiciar o desenvolvimento integral do aluno, valorizando o seu lado social, emocional, crítico, imaginário,deixando margens para exploração de novas possibilidades de criação (Kenski, 1998)
Portanto, a informática, serve para explorar novas possibilidades pedagógicas e contribuir para uma melhoria do trabalho docente em sala de aula, valorizando o aluno como sujeito do processo educativo.

Informática educativa

Vivemos em um mundo tecnológico, onde a informática é uma das peças chaves
O avanço das comunicações, proporcionado pelos avanços científicos e tecnológicos, alterou o modo de viver e pensar.
Segundo Fróes: “A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensão do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia... Facilitando nossas ações, nos transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos ora nos fascinam, ora nos assustam."
Com a globalização e a transformação da realidade que a tecnologia está provocando no modo de ver e entender o mundo, a escola é afetada profundamente, necessitando redefinir seu papel.
Neste contexto, a informática educativa propicia ao aluno uma aprendizagem interativa onde há a construção do conhecimento de uma maneira lúdica e dinâmica.